segunda-feira, 14 de abril de 2008

O QUE VOCÊ TEM A OFERECER?

“Disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda” (At 3.6)

Depois do Pentecoste, a Igreja primitiva experimentou um expressivo crescimento. Os discípulos, que somavam 120, subiram para três mil em um único dia. Esse crescimento obrigou os apóstolos a redimensionarem toda a estrutura da igreja. Com certeza, as tarefas aumentaram. Então, teriam de se moldar ao novo formato que a Igreja estava alcançado. Algumas coisas me chamam a atenção no texto em referência.Em primeiro lugar, o crescimento não influenciou a vida de oração dos apóstolos. Atitude que precisa ser considerada pela Igreja no Brasil, onde, dificilmente, os líderes participam de reuniões de oração com a igreja. Pelo texto, podemos ver que, embora fosse três horas da tarde de um dia comum, Pedro e João estavam indo ao templo orar com os novos irmãos.Na porta do templo, encontram um mendigo, que lhes pede uma esmola. Imediatamente, Pedro e João dizem àquele homem: “Olha para nós” (v. 4). Esse é o segundo ponto que me chama a atenção. Cada discípulo, por causa do seu relacionamento com o Salvador, deve refletir a Cristo, tornando-se um referencial para aqueles que ainda não servem ao Senhor. Num contexto tão conturbado quanto o nosso, devemos reproduzir a imagem de Cristo, para que os aleijados da vida sejam curados pelo Senhor e nunca mais andem como antes. O terceiro ponto é a inversão de valores que a Igreja vem sofrendo no decorrer desses dois mil anos de cristianismo. Pedro diz ao mendigo: “Não tenho prata nem ouro”. Mas a Igreja brasileira não pode dizer isso e, ao mesmo tempo, ser honesta, pois temos um dos maiores índices de conversões do mundo.

Somos, hoje, o maior país pentecostal. Os nossos templos estão abarrotados de pessoas. Mas, infelizmente, alguns líderes, durante os cultos, passam mais tempo pedindo ofertas do que pregando o evangelho. Muitas igrejas têm aviões, carros importados, rádios e televisões, entre outras coisas. Enfim, somos uma igreja rica, muito rica, por sinal. Mas o problema não é esse. É bom que as igrejas tenham dinheiro para financiar a evangelização. Minha inquietação, porém, está relacionada ao fato de que não estamos cumprindo a segunda parte do texto: “Em nome de Jesus Cristo, o nazareno, levanta-te e anda”. Não temos problemas financeiros, mas, por outro lado, não curamos os enfermos. A cura a que me refiro é a restauração integral do homem. Hoje, não podemos dizer: “Não temos prata nem ouro” (porque temos.), e muito menos: “Em nome de Jesus, o nazareno, levanta-te e anda” (porque não estamos pregando o evangelho em toda a sua totalidade).

Como discípulos, precisamos analisar as nossas atitudes à luz da Bíblia. Somente assim iremos refletir, tanto na igreja quanto no mundo, aquilo que Jesus espera de nós. Afinal, estamos rodeados de aleijados e mendigos que buscam homens que lhes sirvam de referenciais. Portanto, ao invés de ficarmos lançando apenas pequenas moedas para eles, possamos lhes dizer, tal como Pedro e João: “Olhem para nós”. A Jesus, toda a glória!